Vox nostra resonat

A guitarra na Galiza

Além de Canuto Berea: Outras lojas de música galegas

Isabel Rei Samartim
jueves, 6 de abril de 2023
Eugenia Osterberger, «Le Rouet de Grand'Maman» © Dominio público Eugenia Osterberger, «Le Rouet de Grand'Maman» © Dominio público
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Nos últimos artigos temos visto as lojas de música galegas com ligação à guitarra e a sua família de cordofones, que tinham tratos ou, diretamente, eram sucursais da família Berea. O percurso levou-nos a Compostela, Ourense, Ponte Vedra e Vigo. Agora veremos outras iniciativas de edição musical e venda de instrumentos além de Canuto Berea que existiram na Galiza durante o século XIX e primeira metade do XX.

Primeiras iniciativas

Pieza enlazada

Em 1851 o jornal El Santiagués publicava um aviso a compositores que desejassem ver as suas obras impressas. O jornal fazia-as gravar e imprimir por uns preços fixados na notícia. As publicações eram corrigidas pelo conhecido cantor e compositor espanhol Sebastian Iradier (1809-1865). A notícia anunciava uns ganhos importantes para os compositores em caso de estes venderem cem exemplares, mas o jornal desaparecia em março desse ano.

Em 1852 era possível adquirir partituras para piano e guitarra no armazém de quinquilharia da rua do Vilar, n.º 55, e também na livraria de Perez, na rua Real da Corunha, n.º 84. A notícia especificava as obras que se vendiam (El Eco de Galicia, 1852):

Musica. La simpatica cortesana nueva Polka Wals dedicada á S. M. la Reina. El tio Paco, bonita cancion andaluza (de parola). La Sanduaga del Perché Jalco andaluz; la linda Coruñesa, Polka Mazurca. Estas piezas escritas para piano y guitarra se hallarán de venta á tres y á cuatro reales ejemplar en la Rua del Villar núm. 55, almacen de quincalla y en la Coruña en la librería de Perez, Calle Real núm. 84.

Mais lojas na Ponte Vedra de Javier Pintos Fonseca

Pieza enlazada

Em 1897 anuncia-se também na Ponte Vedra a loja El Siglo de artigos variados que contava com dois locais, um deles, o dedicado à livraria, papelaria e bagatelas para presente, situado na Praça da Constituição, n.º 5. O outro, definido como sucursal, situava-se na rua Elduayen, n.º 22 (que era antes, e voltou a ser mais tarde, a rua Oliva). Neste segundo local vendiam-se pianos, harmónios, música e instrumentos para orquestra e banda (El Diario de Pontevedra, 1897a). Javier Pintos anota no seu diário a data de nascimento de Paratcha e a seguinte informação sobre a abertura do armazém de música:

8 julio 1897 – jueves - Benito Lopez Paratcha abrió hoy al público un almacen de Música en el bajo de la casa que fué de D. Miguel Garcia Camba. Calle de la Oliva, n.º 22.

A proximidade de Benito Lopez Paratcha (1865-1929) com o entorno de Pintos fica manifesta pois El Siglo é um dos pontos, junto com o Bazar Helénico, em que se vendia o já citado Concierto de brisas do também guitarrista e compositor Ramon Señorans. Além disso, a loja fornecia espaço para os artistas locais, onde participava Benigno Lopes Samartim, que em 18 de janeiro atuava a duo com a filha Maria Lopes Fernandes, já convertida numa excelente pianista (La Correspondencia Gallega, 1913a).

Benito Lopez Paratcha, dono dos locais, tinha casado com Clementina Pereira Renda, moça estradense pertencente a uma família de peso político. Clementina Pereira era uma das filhas de Camilo Pereira Freigenedo, oriundo do Carvalhinho mas estabelecido na Estrada como procurador, que chegou a vereador da câmara e deputado provincial, e da estradense Peregrina Renda Lopez, nascida na Ponte Vedra, filha de estradenses. A irmã de Clementina, Virgínia, estava casada com o intelectual e pintor galeguista Daniel Rodriguez Castelão, e a outra irmã, Sara, com Alfredo Perez Viondi, que seria presidente da câmara de Vigo (Arca, 1999, pp. 26-28).

Depois o próprio Paratcha chegaria a vereador da câmara pontevedrina (La Correspondencia Gallega, 1916). Da rua Elduayen/Oliva o comércio passou por outras situações como a rua do Comércio, n.º 39, de novo na Oliva, número 17, para finalmente acabar no número 20 (La Correspondencia Gallega, 1901; 1907; 1913b). A rua da Oliva vinha a ser, como depois se verá, como a rua do Príncipe em Vigo para os instrumentos musicais, um espaço central tanto da vida civil, quanto da vida musical e cultural da cidade. Lopez Paratcha morreu no mês de julho de 1929 na Ponte Vedra (El Progreso, 1929).

Entrementes, no Ferrol

Longe de fazer uma história completa das lojas ferrolanas tentaremos só traçar as linhas principais que permitem entender a evolução dos armazéns de música no Ferrol, entre os que destaca a falta nos seus anúncios da venda de cordofones dedilhados. É estranho, dado o alto nível de concorrência comercial que chegaram a experimentar, que nenhuma das três lojas documentadas anunciaram estes instrumentos. Tendo em conta a demanda que tinha a comarca ferrolana, os cordofones dedilhados deveriam fazer parte da venda habitual. Bem certo é que também não nomeiam qualquer outro instrumento. As três lojas mantêm uma guerra publicitária a respeito dos pianos que, como já vimos em Compostela, se tornava o único modo de apresentação pública que tinham, de modo que se só tivermos em conta estes anúncios, poderiam dar a falsa sensação de haver muitos mais pianistas do que, em conjunto, todos os outros instrumentistas.

Saturnino Montalbo

A loja de Saturnino Montalbo foi primeiro um bazar de bugiganga e bagatelas que chegou a ter joiaria, do estilo do Bazar Helénico e do armazém de Paratcha na Ponte Vedra. Estava situado na rua Real, n.º 137 do Ferrol e já se anunciava no El Correo Gallego, em 1878. O primeiro anúncio de música que vemos de Montalbo é do ano 1886, como "Música y pianos". O número da rua muda ao 117 enquanto continuam a manter presença publicitária como loja de bagatelas (El Correo Gallego, 1886a; 1886b). Os pianos que vendiam eram os da marca Ed. Westermayer, de Berlim, mas isso irá aumentando e em pouco tempo acrescentam os de Carl Ecke (El Correo Gallego, 1887a).

É nesse ano de 1887 quando Montalbo enceta a guerra mediática com Canuto Berea que, mesmo sem abrir sucursal na cidade, começa também a anunciar-se nos jornais ferrolanos provocando uma mudança no estilo sóbrio de anúncios de Montalbo. Berea ofertava os pianos Bernareggi, Gassó e C.ª, e Rönisch (El Correo Gallego, 1887b). A partir daí a presença de Montalbo nos jornais foi contínua durante décadas. Paulatinamente deixava de anunciar a loja de bugiganga para só saírem os pianos do armazém de música, com cada vez mais informações sobre eles no texto dos anúncios (El Correo Gallego, 1891). Nessa época recebiam também os pianos de Paul Izabal e continuavam os Ecke, sendo estes anunciados em imitação dos de Canuto Berea (El Correo Gallego, 1895a).

Em 1901 Montalbo começa a anunciar também os gramofones. Primeiro, por livre, e mais tarde iria como correspondente da casa francesa (El Regional, 1903). Também nesse ano acrescentava a marca de pianos franceses Chassaigne Frères, que até esse momento levava o terceiro vendedor de música ferrolano, Antonio Oliver (El Correo Gallego, 1901). Em 1904 Montalbo publicita a sua sala de concertos e participa da vida pública ferrolana através da colaboração com festas locais, sem nunca abandonar a presença mediática nos jornais, com os anúncios antes citados (El Correo Gallego, 1904; 1906).

Com a passagem do tempo a guerra dos pianos parecia remeter, o que foi paralelo a uma decadência económica geral que também notamos em Sanchez Puga de Vigo. Na época da Grande Guerra (1914-1918), os anúncios voltaram a ser sóbrios e mais ligados a outros serviços como a venda de partituras ou o contato com afinadores (El Correo Gallego, 1917). Apesar das numerosas evidências deixadas pelas orquestras de cordofones no Ferrol, em todo esse tempo não registamos nos anúncios de Montalbo qualquer referência a outros instrumentos diferentes do piano, o resto do universo musical resolvia-se com um "se vende música de todas las ediciones".

Enrique Bruquetas Ervet

Canuto Berea andava já na cruzada dos pianos com Montalbo desde 1887. Mas, com a política expansionista que o levou a montar sucursais em várias cidades galegas, Berea abriu a do Ferrol em 1893, na rua Real, n.º 103. Este constituía o terceiro estabelecimento musical, a mais dos de Oliver e Montalbo, o qual foi notado pelos jornalistas locais (ECG, 1893c):

La casa Berea, de la Coruña, abrió en esta ciudad, en la calle Real, un almacén de música y pianos. Con este son tres los establecimientos de tal índole que existen actualmente en el Ferrol.

Ao longo de várias décadas, em concorrência com os outros dous armazéns de música, esta sucursal anunciou em grandes letras os seus pianos, sem mencionar, como já dissemos, todos os outros instrumentos, música e acessórios que sabemos que vendia.

Anúncio de Enrique Bruquetas Ervet em 1927. © 2023 by Isabel Rei Samartim.Anúncio de Enrique Bruquetas Ervet em 1927. © 2023 by Isabel Rei Samartim.

Enrique Bruquetas aparece nomeado em 1899, no patrocínio de um recital na sala do seu armazém de música, apresentado como "representante de la casa Berea de Coruña", recital em que atuavam as mulheres premiadas no certame organizado pelo Círculo Católico de Obreros. Naquele evento realizado na sexta-feira, 3 de fevereiro de 1899, cantou e tocou o piano Judith Muñiz, também ao piano Elena Goicoechea, e cantou Marina Mouriz. Estava presente o músico Francisco Piñeiro, pai do pianista e compositor Prudêncio Piñeiro. A crónica foi assinada por "Un aficionado" (El Correo Gallego, 1899).

Lopez Cobas (2007, p. 262) recolheu um Bruquetas do Ferrol como empresa provedora de guitarras e bandurras entre os anos de 1882 e 1889. Isto coloca o possível início da relação de Canuto Berea com Bruquetas antes do recolhido na hemeroteca e também indica o interesse na cidade pelos cordofones dedilhados. Enrique Bruquetas anunciava-se ele só em 1927 e, em 1934, liquidava o negócio (El Correo Gallego, 1927, 1934).

A loja de António Oliver

Anúncio de António Oliver, no jornal El Correo Gallego (1894b). Fonte: Galiciana. © 2023 by Isabel Rei Samartim.Anúncio de António Oliver, no jornal El Correo Gallego (1894b). Fonte: Galiciana. © 2023 by Isabel Rei Samartim.

Em 1893 António Oliver abre o seu armazém de música no Ferrol. Desde o começo, que é modesto e sóbrio, Oliver dá espaço a artistas locais, homens e mulheres, que deixam ali obras para exposição e venda (El Correo Gallego, 1893; 1894a; 1895b). Também anuncia Oliver as partituras de música galega, como a obra para piano de Juan Perez, violinista do Ferrol (El Correo Gallego, 1894b).

O tranquilo Oliver, que não manterá a loja aberta por muito tempo, vê-se obrigado a entrar na guerra dos pianos que mantinham os poderosos Montalbo e Berea. Assim, em 1894 já o vemos anunciando-se no mesmo estilo que os outros dous e publicitando as marcas Chassaigne Frères, francesa, e Steinway, estadunidense (El Correo Gallego, 1894c). Este anúncio figura justo em baixo dum outro de Montalbo das mesmas dimensões. Para ilustrar a situação de concorrência, que mesmo poderia ter chegado à inimizade, devemos citar a curiosa nota com que acaba o anúncio de Oliver:

NOTA.- Suplicamos á nuestra clientela y al público en general, no se deje sorprender por las calumniosas versiones de ciertos vividores interesados en contra nuestra. Esta casa garantiza, pero de una manera positiva, cuantos pianos vende en su almacén.

Uma das últimas notícias do armazém de Oliver é do mês de junho do ano 1895, em que anunciava a venda da partitura da rapsódia galega para piano Unha festa n'os muiños de Peirallo, de Santos Soeiras (El Correo Gallego, 1895c). José Santos Soeiras foi compositor e regente da banda de música do Batalhão de Caçadores de Reus na Corunha (Lopez-Suevos, Lorenzo e Martinez, 2017, p. 34). Mais tarde, a casa francesa de pianos que levava Oliver, Chassaigne Frères, era anunciada por Montalbo.

E em Lugo?

O comércio musical lucense de final do século XIX tem vários locais de artigos variados que também oferecem instrumentos musicais e acessórios. Talvez por isso não houve tanta guerra publicitária, pois nenhuma das lojas estudadas por nós tinha pianos à venda. É possível que, graças a isso, as três lojas anunciaram entre outros instrumentos, e de modo natural, cordofones dedilhados, de arco e os seus acessórios.

A tabacaria Ducha

O cego bandurrista e riojano Gerônimo Ducha abria a sua tabacaria em 1901 perto da estação de Lugo, onde vendia cordas e plectros para cordofones de arco e de mão (El Norte de Galicia, 1901; 1905a; El Regional, 1906). O nomeamento como vendedor de tabacos chegava-lhe a Ducha em outubro de 1901, em 9 de novembro publicava-se a notícia da abertura do negócio e já nos anos a seguir apareciam anúncios de diversas mercadorias, que faziam da tabacaria um pequeno bazar de bagatelas.

Já na década anterior e última do século XIX, no mínimo desde 1896, Ducha participava com frequência em recitais de câmara, num conjunto com outro cego riojano, conhecido por Laorden (El Regional, 1896).

É de destacar em 1905 a publicidade das cordas para violino, guitarra, alaúde e bandurra, de tripa e de aço, além dos plectros marca "Concha", e possivelmente mais acessórios musicais de uso corrente que procuraria ter à venda para satisfazer a demanda dos lucenses (El Norte de Galicia, 1901). No Natal de 1905 chegaria a pôr à venda um método para aprender guitarra sem necessidade de professor (El Regional, 1905b). Vejam-se nessa época os anúncios de Ducha e de Pedro Landa Álvarez, pianista e afinador lucense que trabalhava para Canuto Berea. Sobre Landa Álvarez pode ver-se mais em Garcia Armas (2022).

O bazar de José Varela Hortas

Anúncio do Bazar Continental de José Varela Hortas (1899). Fonte: Galiciana. © 2023 by Isabel Rei Samartim.Anúncio do Bazar Continental de José Varela Hortas (1899). Fonte: Galiciana. © 2023 by Isabel Rei Samartim.

José Varela Hortas, comerciante lucense, foi um liberal admirador de Montero Rios, vereador e presidente eventual da Câmara Municipal, e presidente da Câmara de Comércio (El Regional, 1891; El Lucense, 1893; El Diario de Pontevedra, 1897b; El Eco de Galicia, 1898). Ficou viúvo em 1890, quando a esposa Benita Balboa Lopez morreu em 13 de abril. Era irmão da mestra por concurso público, na escola mista de Tor, em Monforte, Concepcion Varela Hortas (El Regional, 1892; 1894b).

José Varela Hortas manteve em Lugo o bazar de quinquilharia chamado Bazar Continental, situado primeiro na rua de São Pedro, n.º 52, depois na rua do Progresso, n.º 4 e, mais tarde, na rua de São Pedro, n.º 1 e na Praça da Nova, hoje Praça de Ângelo Fernandez Gomez (El Regional, 1885a; 1894a).

No começo, o bazar não tinha à venda artigos musicais. É em 1890 que o anúncio do negócio inclui "Acordeones y flautas de boj y ébano" (El Lucense, 1890). Já em 1894 vemos que anuncia no meio do resto de materiais: "Acordeones, Flautas y cuerdas para violin y guitarra" (El Regional, 1894a). Em 1899 publica os anúncios dos fonógrafos, com capacidade de impressionar, além dos cilindros com música e em branco para gravar, ocarinas, violinos e acessórios (El Regional, 1899). Varela Hortas morreu em 30 de abril de 1904 (El Norte de Galicia, 1905b).

A perfumaria de Ubalda Ulloa

Anúncio das obras de Montes, de Ubalda Ulloa e Canuto Berea (1899). Fonte: Galiciana. © 2023 by Isabel Rei Samartim.Anúncio das obras de Montes, de Ubalda Ulloa e Canuto Berea (1899). Fonte: Galiciana. © 2023 by Isabel Rei Samartim.

Finalmente, Ubalda Ulloa, também conhecida pela senhora Viúva de Seoane, anunciava na mesma época uma loja de perfumes e artigos de toucador em 1885 onde, entre muitos dos objetos à venda, se incluíam cordas, acessórios de violino e "etc. etc." (El Regional, 1885b). A loja chamava-se La reina de las flores e é possível que já nesse ano o fornecedor musical fosse Canuto Berea Rodriguez.

A loja estava situada inicialmente no número 13 da Praça Maior de Lugo. Em 1889 aparecem Berea e Ulloa anunciando-se junt@s, mas sem formar sociedade. Nesse ano ela já estava situada na rua Real, n.º 1. Dez anos mais tarde, em 1899 Ubalda Ulloa era a vendedora oficial das obras de Montes em Lugo, com a perfumaria na Praça da Constituição (El Alcance, 1889; El Correo de Lugo, 1899). Durante um ano apareceria a publicidade das obras de Montes no jornal El Correo de Lugo com um bom número de títulos. Os pontos de venda eram dous, um deles no armazém de música de Canuto Berea na Corunha, e o outro era a perfumaria de Ubalda Ulloa, anunciada como a Sra. Viúva de Seoane.

A perfumaria, além de todos os artigos mencionados na publicidade, foi também receptora da subdelegação da Compañía de Fósforos e representante do jabão La Toja em Lugo (El Regional, 1897b; 1905a). Talvez a eleição de Ubalda Ulloa como vendedora oficiosa de Canuto Berea em Lugo tivesse a ver com o seu bom desempenho como comerciante e a boa fama da loja na cidade. Tudo isto ao mesmo tempo que Landa Álvarez liderava a representação dos pianos de Canuto Berea por toda a Galiza.

Referências citadas:

  1. Arca Caldas, Olimpio. (1999). As dúas mulleres de Castelao. A Estrada: Miscelánea histórica e cultural(2), pp. 9-47.
  2. El Alcance. (1889). Santiago de Compostela: 13 de janeiro, p. 4.
  3. El Correo de Lugo. (1899). Obras musicales del maestro compositor Juan Montes. Ferrol. Lugo: 1 de agosto, p. 4.
  4. El Correo Gallego. (1878). Ferrol: 3 de agosto, p. 4.
  5. El Correo Gallego. (1886a). Ferrol: 26 de setembro, p. 3.
  6. El Correo Gallego. (1886b). Ferrol: 11 de novembro, p. 4.
  7. El Correo Gallego. (1887a). Música y Pianos. Ferrol: 1 de março, p. 4.
  8. El Correo Gallego. (1887b). Ferrol: 4 de março, p. 4.
  9. El Correo Gallego. (1891). Almacén de música y pianos de Saturnino Montalbo. Ferrol: 4 de março, p. 3.
  10. El Correo Gallego. (1893). Ferrol: 31 de maio, p. 2.
  11. El Correo Gallego. (1894a). Ferrol: 2 de abril, p. 2.
  12. El Correo Gallego. (1894b). Ferrol: 6 de maio, p. 2.
  13. El Correo Gallego. (1894c). Ferrol: 20 de dezembro, p. 4.
  14. El Correo Gallego. (1895a). Pianos Paul Izabal. Ferrol: 13 de janeiro, p. 4.
  15. El Correo Gallego. (1895b). Ferrol: 29 de agosto, p. 3.
  16. El Correo Gallego. (1895c). Ferrol: 2 de junho, p. 3.
  17. El Correo Gallego. (1899). Ferrol artístico. Ferrol: 6 de fevereiro, p. 1.
  18. El Correo Gallego. (1901). Pianos Chassaigne Freres. Ferrol: 6 de novembro, p. 4.
  19. El Correo Gallego. (1904). En el Salón Montalbo. Ferrol: 5 de abril, p. 2.
  20. El Correo Gallego. (1906). Otros escaparates. Ferrol: 29 de agosto, p. 2.
  21. El Correo Gallego. (1917). Conducción de pianos. Ferrol: 6 de maio, p. 3.
  22. El Correo Gallego. (1927). Ferrol: 1 de novembro, p. 3.
  23. El Diario de Pontevedra. (1897a). El Siglo. Ponte Vedra: 9 de julho, p. 3.
  24. El Correo Gallego. (1934). Liquidacion verdad. Ferrol: 11 de outubro, p. 3.
  25. El Diario de Pontevedra. (1897b). Los liberales de Lugo y el Sr. Montero Rios. Una comision en Lourizan. Ponte Vedra: 24 de setembro, p. 2.
  26. El Eco de Galicia. Diario de la tarde. (1898). Lugo: 17 de outubro, p. 1.
  27. El Eco de Galicia. Periodico de intereses materiales y amena literatura. (1852). Santiago de Compostela: 25 de fevereiro, p. 4.
  28. El Lucense. (1890). Lugo: 18 de janeiro, p. 4.
  29. El Lucense. (1893). Lugo: 28 de março, p. 3.
  30. El Norte de Galicia. (1901). Lugo: 24 de outubro, p. 2.
  31. El Norte de Galicia. (1905a). Ducha. Lugo: 30 de março, p. 3.
  32. El Norte de Galicia. (1905b). Lugo: 29 de abril, p. 2.
  33. El Progreso. (1929). Ponte Vedra: 12 de julho, p. 3.
  34. El Regional. (1885a). Lugo: 11 de janeiro, p. 4.
  35. El Regional. (1885b). La reina de las flores. Lugo: 2 de dezembro, p. 4.
  36. El Regional. (1891). Lugo: 1 de julho, p. 3.
  37. El Regional. (1892). Lugo: 12 de abril, p. 3.
  38. El Regional. (1894a). Lugo: 22 de junho, p. 4.
  39. El Regional. (1894b). Lugo: 22 de setembro, p. 2.
  40. El Regional. (1896). Lugo: 4 de janeiro, p. 3.
  41. El Regional. (1897). Lugo: 21 de julho, p. 2.
  42. El Regional. (1899). Fonógrafos completos. Lugo: 26 de maio, p. 4.
  43. El Regional. (1903). Lugo: 11 de dezembro, p. 4.
  44. El Regional. (1905a). Jabon de sales de "La Toja". Lugo: 1 de junho, p. 3.
  45. El Regional. (1905b). A los músicos. Lugo: 29 de dezembro, p. 3.
  46. El Regional. (1906). A los músicos. Lugo: 6 de janeiro, p. 3
  47. El Santiagués. (1851). Anuncios. Compostela: 9 de janeiro, p. 3.
  48. Garcia Armas, Nilo Jesus. (2022). Obras gallegas en el Archivo Berea. La aportación a la vida musical coruñesa desde la segunda mitad del siglo XIX hasta las primeras décadas del siglo XX y el patrimonio musical gallego de la saga Berea. Tese de Doutoramento. Universidade da Corunha. 
  49. La Correspondencia Gallega. (1901). El Siglo. Ponte Vedra: 24 de setembro, p. 3.
  50. La Correspondencia Gallega. (1907). El Siglo. Ponte Vedra: 7 de novembro, p. 3.
  51. La Correspondencia Gallega. (1913a). De Sociedad. Ponte Vedra: 18 de janeiro, p. 2.
  52. La Correspondencia Gallega. (1913b). El Siglo. Ponte Vedra: 19 de setembro, p. 3.
  53. La Correspondencia Gallega. (1916). Rodriguez Viguri. Ponte Vedra: 17 de agosto, p. 1.
  54. Lopez Cobas, Lorena. (2007). Música y cultura en A Coruña. El caso de Canuto Berea Rodríguez (1836-1891). Memória de Licenciatura. Universidade de Santiago de Compostela.
  55. Lopez-Suevos, Beatriz, Lorenzo, Susana de, e Martinez, Rosario. (2017). Eugenia Osterberger. A compositora galega da Belle Époque 1852-1932. Ourense: Ouvirmos S. L.
  56. Rei-Samartim, Isabel. (2020). A guitarra na Galiza. Tese de doutoramento. Universidade de Santiago de Compostela. 
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