Na Restauración a música galega tinha na guitarra e nos cordofones dedilhados um espaço natural, em pé de igualdade com a gaita e outros instrumentos, neste tipo de comemorações.
Ricardo Freire Blanco deixou gravada no final da sua vida uma amostra da sua capacidade interpretativa numa fita cassette que ainda conserva a sua família.
O legado do guitarrista abrange áudios, vídeos, documentos, fotografias, cadernos de notas, cadernos de desenho, planos de construção, e a enorme partitoteca com todo o tipo de música para guitarra.Um tesouro com música do repertório clássico europeu e também da América Latina publicada nas décadas centrais do século XX.
Em Montevideu, Ricardo Freire Blanco, como complemento aos concertos e à docência, começou a construir guitarras.Criou a sua própria marca e chamou-lhes Cedeira, o nome da sua vila natal.
Uma das grandes surpresas que levei ao ler o manuscrito de Manrique de Lara foi a de encontrar uma versão da conhecidíssima O quer que lhe quer.Esta canção virou-se muito popular trás a recriação que Mauricio Farto Parra (1867-1947) fiz para o coro Cántigas da Terra nos anos 20 do passado século.
Na guitarra do século XX há um elemento que experimenta um desenvolvimento linear, sem contrastes, progressivo e in crescendo, que começa no último terço do século XIX e cuja cimeira é atingida nas últimas décadas do século XX.