Estudos históricos e geopolíticos da guitarra na Galiza entre a Revolução Francesa e a Primeira Guerra Mundial.. La serie consta de 88 artículos (Fotografía: 2021 by Isabel Rei Samartim)
Enceto com o presente uma série de artigos sobre a música para guitarra na Galiza, que aborda aspetos musicais, históricos, sociais, organológicos, iconográficos, educativos e estilísticos em volta do uso desse cordofone, e outros membros da família, em terras galegas desde Revolução Francesa até a Grande Guerra.
Em 1853 publica-se A gaita galega do violinista e guitarrista João Manuel Pintos Villar, petrúcio duma família ilustrada da Ponte Vedra que entesourou o fundo musical e guitarrístico mais importante dessa época.
No caso da Galiza, o nosso período Biedermeier, ou montenegrino, seria o decorrido entre o final da Guerra do Francês (1814) e o levantamento de Solis (1846), em que aconteceram várias guerras carlistas, a sucessão da monarquia e as revoltas populares contra o novo Estado desde a sua primeira Constituição em 1812.
José Dionísio Valladares Gómez nasceu no lugar de Fontão, na paróquia de Santa Maria de Graba, concelho de Chapa, comarca de Trás-Deça, em 23 de junho de 1787 e morreu em Vilancosta, paróquia de Berres, concelho da Estrada, comarca de Taveirós, em 24 de março de 1864.
Foi com catorze anos de idade, durante a estadia da família em Lugo, quando Avelina Valladares (1825–1902) começou a estudar música, possivelmente, na guitarra.Os seus primeiros poemas foram compostos aos dezoito.
Quando chegou à oficina do violeiro César Arias, a guitarra da família Salaverri, cuja longitude da escala é de 632 mm., estava acompanhada de duas cordas primas e sem usar, de 0,54 e 0,52 mm de secção.
Na Voiriot conservada na Galiza, a longitude da escala é de 627 mm.O instrumento passou por um forte restauro perto do ano 2000 quando, depois de serem reparados os filetes, foi acrescentada uma escala um pouco mais alta para poder encordoar a guitarra.
Uma história familiar cheia de música e guitarra galega, os estudos oficiais no conservatório sem guitarra galega, a historiografia confusa da Spanish guitar entre o dream anglófono e a ensoñación espanhola, a certeza de que a história própria estava esquecida e o relato por construir, foram os ingredientes principais da grande pergunta que a autora procurou responder: Porquê não sabemos nada da guitarra e d@s guitarristas galeg@s?
A informação que falta também fala por si mesma.Por isso, seria pouco inteligente considerar, visto que as primeiras informações sobre construção de guitarras na Galiza são do último terço do século XIX, que antes dessa época não tínhamos violaria.
Francisco González Estévez foi um visionário que, metido à construção de instrumentos, conseguiu o prémio internacional mais importante da época para a guitarra: O concedido pela Segunda Exposição Universal, realizada no Campo de Marte, em Paris, em 1867.
Diz Prat que em 1870 Francisco Núñez concibe a ideia de fundar a depois afamada Casa Núñez e que Núñez chegou a ser o primeiro industrial do mundo em construção de guitarras, cujo mercado superava ao já extenso do valenciano Salvador Ibáñez.
Uma plêiade de violeiros galegos juntou-se ao redor do próspero Francisco Núñez, em Buenos Aires, aonde emigraram na procura da aprendizagem dum ofício maravilhoso e acharam em Buenos Aires uma guitarra argentina em pleno crescimento, e a ela contribuíram com a sua arte construtiva, sendo apreciados pelos guitarristas do país.
...Mis Zaida es una bandurrista notable, que siente el arte con todas sus delicadísimas emociones.Hizo maravillas ejecutando el "Ave María" de Gounod, la "Alborada de Veiga" y otros números.La afamada artista recibió estruendosa ovación que con ella compartieron los hábiles guitarristas que la acompañan.
Ramón Gutiérrez Parada travou amizade com a Federazione Mandolinistica Italiana, a cujos concursos de composição enviou várias obras.As obras premiadas eram publicadas no órgão divulgador da federação.
De setembro a dezembro de 1887, Miss Zaida e Mr.Jacobet tocam muito nos cafés do Ferrol, Compostela, Ponte Vedra e Lugo.Em ocasiões continuam a colaborar com o mundo do espetáculo, em associação com o prestidigitador César P.
Miss Zaida e Asensio acompanhariam a primeira projeção do cinematógrafo na Ponte Vedra, Vigo e Tui nos meses de abril e maio de 1897, num dos momentos de máxima promoção e fama de Miss Zaida, que contribuía assim para o desenvolvimento do cinema galego (El Diario de Pontevedra;
Todas as obras que se conhecem de Parga caracterizam-se pelo seu virtuosismo, não unicamente no desempenho técnico do instrumento, mas também nos pormenorizados e numerosos matizes, expressões e imagens visuais para transportar ao intérprete o universo sonoro do autor.
Desde o Pacto de El Pardo (1885) informalmente realizado entre os presidentes Cánovas (Partido Conservador) e Sagasta (Partido Liberal), o governo do Estado foi distribuído coordenadamente entre os dous partidos, inaugurando assim o turnismo, ou pacto de governo para favorecer a sucessão monárquica.
Por motivos diferentes dos musicológicos, é comum vermos associados aos nomes dos instrumentos alguns adjetivos de procedência ou de identidade que, por erro, são modernamente tomados como de origem (english guitar, viola francesa, chitarra francese, guitarra española, guitarra portuguesa).
A ideia iberista que Machado Álvarez tinha da cultura peninsular não chegou a concretizar-se.A ideia historicamente ganhadora foi a construção da Espanha, dentro do possível, como Estado ao estilo francês, uniformizador e centralista, que provocou um processo interno de espanholização e de construção de símbolos identificadores.
É no último terço do século XX quando se produz o cúmulo da promoção espanhola, principalmente através da indústria discográfica.A evolução e desenvolvimento da expressão guitarra española por esta indústria, desde a década de 1970, é notável e supera com muito todas as anteriores manifestações que, se bem abundantes, em comparação dão a impressão de pingas ao longo da maior parte de décadas do século XX.
Na guitarra do século XX há um elemento que experimenta um desenvolvimento linear, sem contrastes, progressivo e in crescendo, que começa no último terço do século XIX e cuja cimeira é atingida nas últimas décadas do século XX.
Então Rosália pegou na sua guitarra inglesa e tocou para o menino a barcarola da ópera A Estrangeira de Bellini.O menino chorou pela beleza que saía dos dedos de Rosália e ela pensou que estava diante de um potencial talento para a música.
Depois da morte de Montes (1840-1899), que coincide no mesmo ano que a do guitarrista Parga, a sua música continua a tocar-se e as orquestras de plectro galegas que nas primeiras décadas do século XX estão em plena efervescência, interpretam a sua música como emblema de galeguidade.
Na Galiza o termo rondalla pode significar qualquer grupo musical que toca pelas ruas e não se usa sempre para referir os grupos de cordofones, por isso aqui escolhemos o nome de orquestras ou grupos de plectro, ou orquestras de guitarras/violas.
A febre das orquestras de guitarras era total na Corunha.Algum destes agrupamentos tem sido qualificado de "monstro" por integrar dezenas de intérpretes com os instrumentos "guitarras, guitarrones, bandurrias, cítaras, bandolones, octavinos y bandolines" (El Lucense, 1891).
O volume contém música para guitarra dos séculos XVIII a XXI e apresenta obras compostas por autoras vivas e em ativo, que veem uma parte do seu labor artístico gravada por uma intérprete que não são eles/elas mesmas.
No Ferrol de final de século havia várias sociedades que organizavam concertos.O Casino, o Centro Recreativo, o Círculo de Artesãos e a sociedade La Peña eram as mais importantes.Os seus membros organizavam e participavam nos eventos teatrais e musicais da localidade.
Giuseppina Ronzi foi uma das divas da ópera italiana na primeira metade do século XIX, ao nível de Giuditta Pasta, Pauline Viardot e Maria Malibran.Admirada por Donizetti, o compositor escreveu para ela "Gemma di Vergy," mas também "Roberto Devereux", onde interpretou o papel da Rainha Elizabeth.
Henrique Lens Viera, pianista e compositor galego, enquanto morou na Galiza não foi alheio ao impulso que a guitarra e as orquestras de plectro experimentaram no último terço do século XIX e primeiro do XX.
No Fundo Local de Música do Concello de Rianjo é mantida a pegada das relações galaico-argentinas surgidas pela forte emigração.No fim do século XIX o fundo oferece, entre mais elementos, a descoberta de um professor de guitarra e compositor desconhecido, Agustín Gómez, ativo em Buenos Aires, graças à mediação do seu aluno, o rianjeiro e guitarrista, Andrés Pérez García.
O último dia do ano 1924 a Sociedade Filarmónica da Ponte Vedra anunciava o primeiro concerto na Galiza de Andrés Segovia.Na quarta-feira, 31 de dezembro teria lugar um programa dividido em três partes: Na primeira incluíam-se uma Sonata de Carulli, umas Variações de Sors, um Estudo de Tàrrega e uma Canção popular mexicana de Ponce, dedicada a Andrés Segovia.
A veneração de Javier Pintos por Beethoven é algo digno de comentário.Algumas das sonatas contêm longas e eruditas indicações de Pintos anotadas nas margens, sintoma de ter aprofundado no seu estudo.
A música galega de Parga não chegou a publicar-se e desconhecemos onde poderá estar à nossa espera.Supomos que estaria na sua intenção publicar as obras galegas, que cremos também virtuosísticas, de grande formato e cheias de matizes.
Fica por aqui a relação de amizades, ligações, obras e vida musical de Javier Pintos Fonseca, um dos nossos guitarristas e intelectuais mais completos e prolíficos, cuja influência na Ponte Vedra foi fulcral e o grande motor da vida musical da cidade.
Há notícia de Agostinho Rebel através do seu aluno prodígio, o conhecido guitarrista de fado Martinho d'Assunção (Portal do Fado, 2010), e por ter publicado em Lisboa dous métodos de guitarra: «Método elementar progressivo para Guitarra Espanhola» e o «Novo método para Guitarra Española Elementar e Progressivo».
A barcarola El Canto del Marino anunciou-se à venda em 16 de março de 1842 (Boletín Bibliográfico Español y Estrangero, 1842, p.91).Vendia-se no armazém de Carrafa junto com outras onze peças para voz e guitarra ou piano, recolhidas no que devia ser um belo livro de pequenas dimensões, intitulado Álbum Lírico ó Coleccion de doce canciones jocosas y sérias con acompañamiento de piano ó guitarra, compuestas por varios profesores.
A evolução e intensidade da corda dedilhada em Vigo reflete-se nos múltiplos agrupamentos que existiram na cidade.A implicação da burguesia era um dos motores fundamentais, que rivalizava com a intensa e extensa atividade popular em torno dos cordofones dedilhados.
O Método completo de guitarra (1892) de Júlio Mirelis é o primeiro método para guitarra documentado e publicado na Galiza.Para a história da guitarra galega significa, por um lado, a evolução dos métodos ou anotações didáticas anteriores, que eram manuscritas, e por outro lado, a evidência do uso popular do instrumento refletida em papel impresso.
Luís Eugénio Santos Sequeiros era assíduo dos concertos de todo o tipo, a sua educação musical aprendida já desde a infância levava-o tanto a desfrutar dos eventos programados quanto a participar neles como regente e intérprete do quarteto de plectro.
Ambos cuadernos incluyen sendos estudios introductorios de Isabel Rei Samartín en portugués, español e inglés, con la discusión de fuentes y autorías, criterios editoriales y referencias bibliográficas.
Todas as peças fazem parte dos fundos galegos de música para guitarra e contêm dedilhação revisada, notas de edição e uma explicação, em três línguas, da origem de cada uma das peças e seus autores.
O elevado número de referências na hemeroteca aos seus concertos e a quantidade de informações do arquivo familiar oferecem um panorama próprio dum guitarrista profissional.
Estes apontamentos sobre o naviego Amador Campos fornecem também elementos para entender o que aconteceu com o repertório galego para guitarra na primeira metade do século XX.Não vemos no seu programa obras de autores galegos, e sim uma influência grande dos guitarristas doutras partes da península.
O autor do "Caderno do francés" poderia ser um guitarrista da época napoleónica, talvez ligado ao mundo militar e/ou político que juntou as suas partituras com o propósito de as ordenar.As obras estão copiadas por várias mãos, em papeis com diferentes tamanhos, texturas e tintas.
A Sonata escrita para guitarra de seis cordas, sem indicação de autor, é a obra de mais peso de todo caderno.Esta sonata estende-se por várias páginas e desenvolve-se na escritura chamada 'violinística' típica da época, que caracteriza a composição para guitarra.
Há aqui um grande trabalho por fazer na recuperação desta música de câmara com guitarra, que soou na Corunha no início do século XIX e que hoje ajuda a ilustrar o ambiente guitarrístico galego não unicamente da perspectiva do instrumento solista, ou popular, mas também do intenso cultivo camerístico por parte da burguesia galega.
As partituras originais teriam sido reunidas ao longo do tempo, entre o final do século XVIII e boa parte do XIX.Finalmente, para as salvar do deterioro teriam sido copiadas no Álbum durante as décadas centrais do século XIX, tendo possivelmente servido como instrução de guitarra a várias gerações dos Torres Adalid.
Copiadas da mão de Vila são as dez peças para guitarra conservadas no arquivo da catedral lucense, das quais a primeira é o famoso Allegro do guitarrista Juan de Arizpacochaga.As obras do manuscrito conservam-se no Arquivo de Música da Catedral, na pasta correspondente ao nome deste guitarrista, Arizpacochaga, e estão escritas em papel apaisado duplo e dobrado.
As partituras conservadas por Margarita Ínsua Cal, filha de Jesus Ínsua Yanes, foram publicadas na Espanha, França, Itália e Inglaterra.O fundo está formado por 19 obras, sendo que 16 têm uma numeração moderna e 3 delas estão sem numerar.
A coleção de Jesus Ínsua acolhe o interessante conjunto do século XIX, que foi analisado no artigo anterior, e também numerosas obras de várias décadas do século XX que nos indicam o tipo de peças tocadas e ouvidas em Ortigueira naquela altura.
Manuel López Navalón estudou magistério em Madrid, onde trabalhava como Professor de Escritura no Colegio Nacional de Sordomudos y de Ciegos desde 1854.Em 1863 assume o cargo de Diretor do centro compostelano e será aqui onde realize um trabalho imenso de revolução pedagógica.
No fim do século havia em Betanços três escolas populares onde as violas/guitarras e os cordofones dedilhados tinham numerosa presença.O objetivo da fundação destas escolas era, quase sempre, a formação de um grupo musical que, normalmente, era uma orquestra de plectro.
Não foi intenção de António Torres a de criar um modelo único de guitarra, nem a de extinguir o resto de modelos diversos que existiam para o que nós costumamos chamar de ‘grande família das guitarras’.
O Álbum de guitarra galega.Nível básico abre com uma apresentação breve dos fundos presentes no caderno, bem conhecidos do público interessado.Depois seguem umas notas específicas sobre a transcrição e edição das partituras, com um comentário especial para a interpretação das moinheiras integrantes do álbum.
A investigação histórica toma com frequência caminhos inexplicáveis, leva a lugares inesperados e obriga a conclusões surpreendentes.Os dados que recolhi em torno do guitarrista Naya levam a poucas conclusões e indicam que mesmo os intelectuais da segunda metade do século XIX desconheciam grande parte do acontecido musicalmente cinquenta anos atrás
A Galeria biográfica de José Maria Varela Silvari provocou um furioso debate público que derivou em inimizades vitais, mas ao mesmo tempo impulsou o avanço dos estudos musicológicos galegos deixando, tanto nos livros quanto na imprensa, informações relevantes sobre intérpretes dos primeiros anos do século XIX, servindo como memória cultural e semente dos atuais estudos sobre a guitarra na Galiza.
Além de partituras antigas em perfeito estado e uma boa coleção de música religiosa, o fundo musical do Seminário Maior oferece pistas para o estudo das mulheres intérpretes de música em Compostela.
Neste artigo apresentamos alguns dos centros educativos galegos, financiados com fundos públicos e privados, de que temos notícia que se dava ensino de guitarra e cordofones dedilhados no século XIX.
La saga Berea en la ciudad herculina dá-se uma visão da família Berea no seu conjunto e individualmente e faz-se uma análise da atividade empresarial da família sobretudo focada no século XIX, além da continuidade da firma durante o século XX.
As diferenças entre os documentos e o relato dominante na música espanhola precisam de análise demorada e abrangente da qual agora apontaremos alguns aspetos ligados à Galiza.Machado Álvarez tinha anunciado em 1881 a relação entre a música popular galega e a dos ciganos da Andaluzia, no seu trabalho auroral sobre o cante flamenco, como ele o denominou: a "Colección de cantes flamencos".
O Arquivo Canuto Berea é um arquivo deficitário, quer dizer, as obras que conserva não foram acumuladas por colecionismo ou uso das partituras, como no caso dos fundos particulares de intérpretes profissionais e amadores, mas por terem ficado no armazém, ou seja, por não se terem vendido.
O uso das palavras "guitarra" e "vihuela" como sinónimas é frequente, o que determina um autor, ou autora, da primeira metade do século XIX ou mesmo anterior.
Entre os anos de 1877 e 1880, Miguel Alonso adquire numerosas guitarras e bandurras.Cada um dos tipos define uma qualidade do instrumento que vai desde o mais básico até ao mais refinado.Esta variedade na oferta implica uma também variada e exigente demanda guitarrística na cidade de Vigo.
Neste artigo veremos outras iniciativas de edição musical e venda de instrumentos além de Canuto Berea que existiram na Galiza durante o século XIX e primeira metade do XX.
Ao chegar o novo século, a comarca da Límia a atividade musical era incessante.Os estudos sobre a música popular limiana evidenciam uma inclinação à formação espontânea de grupos, ao fabrico dos próprios instrumentos e o protagonismo da música em festas e eventos durante todo o ano.
A hipótese da emigração de Eulógio Gallego para a Havana explicaria a sua ausência na Hemeroteca a partir de 1905 e também a falta de referências às suas partituras que, à espera de novas informações, devemos considerar perdidas.
Concepcion Planton Meilan era já uma senhora de muita idade quando falamos com ela, pouco tempo depois ficou viúva.Nesta última etapa da sua atividade artística dedica-se à composição de música para guitarra, deixando perto de vinte obras publicadas.
Está prevista a publicação de um terceiro Álbum, de nível avançado, onde se oferecerão várias obras selecionadas que usam da maior complexidade técnica e musical para a interpretação guitarrística.
Apresentava-se o livro intitulado A música represaliada, publicado pela Deputação, a conter vinte e três artigos mais um prólogo e um epílogo, sobre diversas músicas e músicos que sofreram o vandalismo dos bárbaros.
Em Montevideu, Ricardo Freire Blanco, como complemento aos concertos e à docência, começou a construir guitarras.Criou a sua própria marca e chamou-lhes Cedeira, o nome da sua vila natal.
O legado do guitarrista abrange áudios, vídeos, documentos, fotografias, cadernos de notas, cadernos de desenho, planos de construção, e a enorme partitoteca com todo o tipo de música para guitarra.Um tesouro com música do repertório clássico europeu e também da América Latina publicada nas décadas centrais do século XX.
Ricardo Freire Blanco deixou gravada no final da sua vida uma amostra da sua capacidade interpretativa numa fita cassette que ainda conserva a sua família.
De acordo com uma resolução publicada no B.O.E.a guitarra non é "galega", tampouco é “basca” nem completamente “castelhana” ou “ibicenca”.Num texto oficial não deveria haver lugar para falar do que não existe.
As gaitas, a múseca de Moreiras, as parrandas de guitarras e frautas que foron chegando tocaban n-a eira alboradas e muiñeiras formando un feitizador conxunto, un concerto d'armunias estranas, algo ansi com'os murmuxos d'os aires e d'as augas n-as ribeiras e n-os montes d'as nosas aldeas.
Em 1958 acontecem dous eventos importantes: a primeira é a fundação dos cursos de Música em Compostela e a segunda, ligada a estes, é a criação do Conservatório de Ourense organizado como fundação onde participavam diversas entidades, coordenadas através do Padroado.
Poucos guitarristas amadores improvisariam uma melodia popular numa tonalidade com quatro bemóis como Fá menor.Se Salgado foi o autor real da partitura publicada por Anselmo Lopez, então é que era mais do que um guitarrista amador.
O número e a extensão no tempo das visitas de guitarristas forâneos à Galiza significa que a nossa terra não somente era boa para o cultivo da guitarra, mas também para receber artistas doutros lugares interessad@s em atuar aqui.
O presente artigo oferece um repasso pelas notícias que recolhemos de guitarristas que tocaram nalgumas Casas da Galiza e outras associações de gentes galegas em Cuba, Argentina, Brasil e Uruguai, sedes dos primeiros Centros Galegos.
O elemento mais importante em torno do que girava a vida musical guitarrística em Buenos Aires entre 1870 e 1900 é a loja-armazém, escola, editora, oficina de construção e salão de música do baixo-minhoto Francisco Nuñez Rodríguez, a Casa Nuñez, mais tarde conhecida como Antiga Casa Nuñez.
"Había que sopesar el papel de la guitarra, papel claro está pautado, en la lírica gallega decimonónica: acaso semejante al de la cítara en manos de los trovadores y segreles de los cancioneros galaico-portugueses." (Borobó: 1999)
O mais interessante da vida artística de Ulibarri tem sido a formação duma orquestra de cordofones com mulheres, que era apresentada como “rondalla” feminina.
A história da guitarra na Ponte Vedra é longa e larga, a vida musical da cidade deu já para várias teses de doutoramento, alguns livros e muitos artigos de numerosas autoras e autores.
Na Restauración a música galega tinha na guitarra e nos cordofones dedilhados um espaço natural, em pé de igualdade com a gaita e outros instrumentos, neste tipo de comemorações.
A Biblioteca Geral da USC mantém uma exposição permanente de três fatos de estudantes e professores dos séculos XVI a XIX, em que fica evidente que a vestimenta atual dos tunos vem daqueles antigos uniformes escolares: capas, tricórnios e bicórnios, calções ou calças e outros complementos.