Na Restauración a música galega tinha na guitarra e nos cordofones dedilhados um espaço natural, em pé de igualdade com a gaita e outros instrumentos, neste tipo de comemorações.
"Había que sopesar el papel de la guitarra, papel claro está pautado, en la lírica gallega decimonónica: acaso semejante al de la cítara en manos de los trovadores y segreles de los cancioneros galaico-portugueses." (Borobó: 1999)
Neste disco Manseliña apresenta cinco lais anónimos enlaçados às cantigas medievais de Afonso o Sábio, Estevão da Guarda, Gonçalo Anes do Vinhal e Dom Dinis.
Concepcion Planton Meilan era já uma senhora de muita idade quando falamos com ela, pouco tempo depois ficou viúva.Nesta última etapa da sua atividade artística dedica-se à composição de música para guitarra, deixando perto de vinte obras publicadas.
Entre os anos de 1877 e 1880, Miguel Alonso adquire numerosas guitarras e bandurras.Cada um dos tipos define uma qualidade do instrumento que vai desde o mais básico até ao mais refinado.Esta variedade na oferta implica uma também variada e exigente demanda guitarrística na cidade de Vigo.
As diferenças entre os documentos e o relato dominante na música espanhola precisam de análise demorada e abrangente da qual agora apontaremos alguns aspetos ligados à Galiza.Machado Álvarez tinha anunciado em 1881 a relação entre a música popular galega e a dos ciganos da Andaluzia, no seu trabalho auroral sobre o cante flamenco, como ele o denominou: a "Colección de cantes flamencos".
A Galeria biográfica de José Maria Varela Silvari provocou um furioso debate público que derivou em inimizades vitais, mas ao mesmo tempo impulsou o avanço dos estudos musicológicos galegos deixando, tanto nos livros quanto na imprensa, informações relevantes sobre intérpretes dos primeiros anos do século XIX, servindo como memória cultural e semente dos atuais estudos sobre a guitarra na Galiza.
A investigação histórica toma com frequência caminhos inexplicáveis, leva a lugares inesperados e obriga a conclusões surpreendentes.Os dados que recolhi em torno do guitarrista Naya levam a poucas conclusões e indicam que mesmo os intelectuais da segunda metade do século XIX desconheciam grande parte do acontecido musicalmente cinquenta anos atrás
Uma das grandes surpresas que levei ao ler o manuscrito de Manrique de Lara foi a de encontrar uma versão da conhecidíssima O quer que lhe quer.Esta canção virou-se muito popular trás a recriação que Mauricio Farto Parra (1867-1947) fiz para o coro Cántigas da Terra nos anos 20 do passado século.
Os Cantos populares de Manrique de Lara são anteriores à publicação em Madrid de "Cantos y bailes de Galicia" (1888) de Inzenga, .É certo que Inzenga já publicara em 1875 os "Ecos de España" e mesmo em jornais diários alguma das partituras que depois incluiria no seu cancioneiro, mas antes de 1888 os referentes bibliográficos são outros.